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Ontem, na empresa, se falou em corte de despesas (corte de funcionários, mesmo). “Corte.” Cortar uma coisa. Cortar alguém… Que mundo é esse? Que espécie de inferno é esse? É difícil de entender. O trabalho era pra ser uma coisa boa, mas não é… num lugar onde não há muitas opções, você tem que se apegar à primeira coisa que aparece e aí se tem um campo vasto para a proliferação de doenças, assédio moral, suicídio… acho que ainda não me matei pelo simples fato de poder escrever essas palavras toscas. Isso dá uma sensação boa de catarse, refresca o juízo. Fico pensando que via eu haveria de utilizar se não fosse pela escrita. Não sei se teria coragem de ser homem bomba. Acho que faria alguma outra coisa relacionada a arte, não sei bem qual. Talvez música. O ser humano precisa disso, sabe. Precisa de arte, amor, paz, alegria… sei lá. As cidades são tão feias, grandes, estranhas, sujas… não consigo ver outra forma de se conseguir tranquilidade que não seja de si pra si mesmo. Onde se isolar num mundo como o nosso, se todo dia se tem que ir para o trabalho? Se todo dia você tem que ver seu chefe? Mesmo que você faça o que gosta, nada impede que ele seja um filho-da-puta. É claro que há aí uma pequena vantagem, mas o bruto será sempre um sacana. Nossa!!! Que semana!!! Só peço a Deus que eu saia com saúde desse tal corte. No final, mesmo se eu cascar fora, que ainda possua minhas pernas, meus braços, que não me acometa um cancer ou coisa parecida. No final de tudo a única coisa que nos resta é isso mesmo e nada mais. Mas se você ler 1984 de George Orwell verá que até mesmo tais coisas podem vir a deixar de ser nossas, afinal, nossas mentes já vêm sendo condicionadas a muito, muito tempo.

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